Marcio Coriolano destaca importância de avanços tecnológicos para expansão do mercado segurador
Ao participar da solenidade de abertura da 10ª edição do Insurance Service Meeting, nesta sexta-feira, em Campinas, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, assinalou uma coincidência: há um ano e um mês, na abertura da edição anterior do Insurance Meeting, Marcio Coriolano estava em Angra dos Reis, palco dos eventos passados, para representar o presidente da então da Confederação, Marco Antonio Rossi, quando já se delineava a crise que só se agravou de lá para cá. Um ano e um mês depois, o momento atual é, segundo Coriolano, ainda mais desafiador. E o principal desafio para a sociedade brasileira é o da retomada do crescimento, que tanto já alavancou o mercado segurador.
E sendo o Insurance Meeting um evento do mercado segurador voltado às questões tecnológicas e de inovação, durante esses dois dias de evento, adiantou ele, os debates girarão em torno de como tais avanços tecnológicos podem se constituir em importantes aliados na melhoria da cadeia de produtos, da precificação de riscos e da eficiência operacional do setor, entre outras questões.
Porém, para que a tecnologia e a inovação sejam aliadas, é necessário também que se compreendam os impactos e transformações que geram na sociedade, afirmou ele. Citando pesquisa de domicílio de 2015, Coriolano informou que 58% da população brasileira já acessam a internet regularmente. Desse total, 89% utilizam o smartphone para navegação. Ou seja: “quem está conectado, está conectado o tempo todo, o que, por si só, já exige uma reflexão do mercado segurador sobre como endereçar mensagens a esse público”. E nesse mundo de nova conectividade, prosseguiu, há diversos desafios a serem superados, como os relacionados às questões regulatórias, de comercialização de produtos e serviços, de segurança e da integração das plataformas móveis com os sistemas legados das empresas.
“Nosso negócio é precificar riscos baseados em informações e nunca houve tanta informação disponível”, afirmou, lembrando que outro desafio que se coloca é o de como incorporar toda essa informação no processo de avaliação de riscos, particularmente as informações extraídas das redes sociais, sem que isso seja percebido negativamente pela sociedade, sobretudo por aqueles que exibem seus comportamentos de risco nesses espaços.
Esse processo, inclusive, já está em andamento, acrescentou o presidente da Cnseg, citando matéria recente de jornal com o título: “seguradora vasculha perfis no Facebook para determinar riscos”. Por meio de programa específico, uma companhia do Reino Unido faz varredura em posts e curtidas de clientes e potenciais clientes para identificar padrões de comportamento.
Outro desafio colocado é o da segurança da informação, sendo razoável imaginar que as seguradoras tornem-se alvo preferencial de hackers, apesar de isso também abrir um amplo mercado para proteção contra esse tipo de risco.
E, para lidar com todas essas questões e, particularmente, com a análise de dados cada vez mais complexos dentro desse universo de informações infinitas, considerado por ele como uma das questões mais relevantes, o setor necessita de profissionais altamente qualificados na compreensão de modelos estatísticos, no emprego de técnicas preditivas, de forma a extrair macro informações e incorporá-las aos processos decisórios. O Insurance Meeting 2016 conta com 400 participantes, 21 expositores e vai até amanhã, sábado, debatendo essas e outras importantes questões para o mercado segurador e para o Brasil.
Fonte: CNseg