O mercado de seguros crescerá 12,4% em 2015, segundo previsão da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), divulgada na última terça-feira, 9 de dezembro, em encontro com jornalistas. “Mesmo com expectativa de baixo crescimento do PIB no próximo ano, o mercado de seguros continuará crescendo na casa dos dois dígitos”, disse Marco Antonio Rossi, presidente da CNseg.

 

Na projeção por segmento, os seguros gerais terão desempenho abaixo dos 9% registrados neste ano, atingindo 7,6% em 2015. Nos demais segmentos, os seguros de pessoas deverão manter a liderança no mercado. Embora a previdência privada tenha apresentado viés de alta em 2014, seu crescimento poderá ser ligeiramente menor em 2015, quando deverá registrar 10,5% ante os 11% deste ano. A CNseg ressalva, porém, que a previsão poderá ser reavaliada dependendo da evolução da economia. Em 2014, este segmento foi o que apresentou maior arrecadação, atingindo R$ 61,68 bilhões, 10% acima do ano anterior, além de atingir a marca de 12 milhões participantes.

 

Para Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi, a escolha da nova equipe econômica do governo poderá trazer reflexos positivos à previdência, em virtude da tendência de maior “transparência e previsibilidade”. Depois da recuperação do segmento a partir do primeiro trimestre deste ano, ele informou que uma das prioridades tem sido a tipificação de produtos, que será mais estimulada no próximo ano. “A ideia básica é que a pessoa escolha produtos específicos, como, por exemplo, um PGBL lastreado em notas do tesouro com vencimento em 2030”, explicou.

 

O melhor resultado previsto pela CNseg será o da saúde suplementar, que poderá crescer 17,5%, percentual superior aos 15,2% alcançados neste ano. Neste ano, o segmento apresentou a segunda maior arrecadação do mercado, com R$ 60,86 bilhões, 15% a mais que em 2013. A estimativa da CNseg para o seguro de vida é positiva. A expectativa é que ramo cresça 8,7% em 2015, quase 3% a mais que o registrado em 2014. A capitalização também crescerá 3% mais no próximo ano, atingindo 8%, segundo a previsão da CNseg.

 

Balanço de 2014

 

De acordo com levantamento da CNseg, a indústria de seguros no Brasil é composta por 118 empresas de seguros gerais; 17 de capitalização; 16 de resseguros locais; 48 empresas de planos de benefícios, previdência privada e vida; 1.258 empresas de saúde suplementar; 82 mil corretores pessoas físicas e jurídicas; que juntas geram 150 mil empregos diretos.

 

Com base nos dados da Susep, a CNSeg mensurou o desempenho do setor por região, destacando a região Centro-Oeste na liderança, com 14,94% de crescimento em 2014, acima da média do mercado de 8,90% (sem considerar a saúde suplementar). O Nordeste obteve o segundo melhor desempenho, com 9,40%.

 

Os cinco maiores estados em volume de prêmios (SP, RJ, MG, RS e PR) apresentaram crescimento de 8,1% em arrecadação, abaixo dos 14,3% registrados pelas cinco regiões menores (SE, TO, AC, AP e RR). “Os dados mostram um pouco do que tem sido o desafio do nosso setor, que é levar o seguro para as regiões do país menos assistidas”, disse Marco Rossi, presidente da CNseg.

 

Os valores dos sinistros pagos por segmento, que representa o volume de indenizações, automóvel e ramos elementares pagaram R$ 28,2 bilhões, no resultado acumulado até outubro de 2014. Os resgates e sorteios do segmento de capitalização somaram R$ 13,5 bilhões e o segmento de vida pagou R$ 6,3 bilhões em sinistros.

 

Na saúde suplementar, de acordo com dados do primeiro semestre, a CNseg apurou que os resgates e benefícios da previdência somaram R$ 35,2 bilhões; os procedimentos médicos, R$ 49,1 bilhões; e os procedimentos odontológicos, R$ 1 bilhão. “O papel das seguradoras é prestar serviços, muitas vezes naquilo que o Estado não consegue atender em termos de proteção da sociedade”, disse Rossi.

 

Apenas com as assistências (guinchos, chaveiro, taxi etc.), o mercado de seguros devolveu à sociedade o equivalente a R$ 1,1 bilhão, do qual R$ 503,2 milhões apenas em São Paulo. “Imagine a cidade de São Paulo se não houvesse o trabalho das assistências na oferta de guinchos. É um papel importantíssimo para o trânsito da cidade”, disse Rossi.

 

Iniciativas

 

O presidente da Fenacap, Marco Barros, apresentou o Programa Nacional de Apoio ao Trânsito, que começa com a campanha “Se Liga” de apoio ao trânsito. Ele citou os dados da seguradora Lider-DPVAT que contabilizou 634 mil vítimas de trânsito em 2014. “Os jovens são a maioria das vítimas, inclusive fatais, o que traz grande impacto para economia e sociedade. Por isso, queremos contribuir para a redução desse problema”, disse Barros.

 

A campanha “Se liga” envolve um conjunto de ações, como na área de educação. “Queremos conscientizar a nova geração de condutores com ações de esclarecimentos”, disse. O material da campanha é composto por bafômetro educativo para uso em bares, jogos, simuladores de consumo de álcool, adesivos, folders para distribuição em bares e pedágios etc.

 

Oportunidades

 

Diferentemente dos bancos, que conseguiram atingir todas as camadas da população, o seguro, na visão de Marco Rossi, ainda é pouco consumido no país. “Avançamos muito, mas ainda há muito espaço para inserir mais pessoas no seguro”, disse. Ele citou pesquisa da FenaPrevi, segundo a qual apenas 35% dos consumidores se previnem de imprevistos futuros e somente 18% têm algum seguro pessoal.

 

Para vencer o desafio de ampliar a base de segurados, Marco Rossi disse que o mercado deve recorrer a todos os canais existentes: corretores de seguros, internet, telefone, lojas varejistas etc. “Se não conseguirmos atingir esse volume de oferta, dificilmente avançaremos para chegar a todos os brasileiros”, disse.

 

Fonte: CVG-SP | Márcia Alves

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