O crescimento do mercado de seguros de automóveis além das regiões metropolitanas não muda a estatística. Seja no interior ou na capital, o número de brasileiros que contratam a proteção para o automóvel não ultrapassa 30%. Além da cultura que começa a ser desenvolvida no Brasil, o preço alto é um entrave. Roberto Barbosa, corretor e ex-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), explica que o valor da proteção cresce considerando fatores de risco e reforça que um mesmo veículo pode custar mais caro, dependendo dos índices de violência do bairro onde o motorista mora. Ele reforça que são muitos os fatores que interferem na cotação, por isso é difícil estabelecer um preço médio. O custo do seguro pode variar de 5% até superar 8% do valor do carro.
O taxista Vanderlei Ribeiro Lima, de 36 anos, morador de Brasília de Minas, no Norte do estado, tem carro há mais de 10 anos e nunca fez um seguro. Há dois meses, ele adquiriu um Siena usado (ano 2010) e conta que não fez o seguro por falta de condições financeiras porque tem que pagar 48 prestações do carro, financiado a R$ 582 por mês. “Já tive uns oito carros e nunca fiz seguro”, afirma o taxista, que também comemora o fato de nunca ter se envolvido em um acidente. Ele considera que em seu município a oferta ainda é pequena. “Muitos colegas quando se interessam por segurar seus veículos vão até Montes Claros.”
As seguradoras de grande porte afirmam que investem no mercado do interior, mas ainda assim chegar ao motorista brasileiro é um desafio. Nas pequenas cidades como nas capitais o percentual da frota sem proteção é parecido. Rogério Gebin, diretor da regional Seguros Gerais na Região Centro-Oeste da Zurich Seguros, aponta que, além dos pontos de atendimento espalhados pelas regiões polo do estado, a companhia investe no relacionamento para atender o perfil específico do consumidor do interior que valoriza esse aspecto. Sérgio Barros , diretor de Produto de Automóvel do Grupo BB e Mapfre, diz que a seguradora está atenta ao crescimento das cidades e faz investimentos em sua rede para conquistar esse consumidor.
Mercado potencial
Morador de Pirapora, a 340 quilômetros de BH, o industriário Sebastião Gonzaga Andrade, de 61, é proprietário de um Uno Mille Way 2012 e também não investe na proteção. “Não faço seguro porque viajo pouco e o preço é alto”, justificou.
Gerente da sucursal Minas da Porto Seguro, Cristiano Maschio diz que o percentual da frota brasileira que não adere a proteção mostra o potencial do mercado brasileiro. Na Sul América, o diretor regional de Vendas de Minas Gerais e Centro-Oeste, Marco Neves, avalia que o crescimento da seguradora – de 42% no setor de automóveis em 2013 – contou com impulso do interior .“As pequenas cidades ganham cada vez mais relevância. Apesar de o volume ser menor, o crescimento é proporcionalmente grande.”
Fonte: Estado de Minas