Roubo de cargas teve alta de 42% no Brasil nos últimos quatro anos. Delitos aconteceram principalmente na região sudeste

De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) realizado em 2017, a maioria dos empresários do setor de transportes prevê um aumento no faturamento da movimentação de cargas de 2018. A pesquisa ainda revela que há uma expectativa de crescimento ainda maior para 2019.

A AT&M Tecnologia, consultoria de prestação de serviços, também confirma o aquecimento de movimentação do setor. Em janeiro de 2018, foram registrados R$ 403 bilhões em movimentação de transportes em todo o Brasil. O número gerou para o mercado o fluxo de R$ 80 milhões em documentos de seguros, divididos entre transportadoras, corretores, embarcadores e companhias de seguros. No comparativo com o mesmo período em 2017, no qual foram registrados R$ 281 bilhões em movimentação de transporte de cargas, resultando em R$ 60 milhões movimentados no mercado segurador, o aumento foi de 40%.

Com esses números, Richard Freitas, sócio-diretor da Protect, microfranquia especializada em seguros e soluções administrativas, acredita que o mercado oferece ótimas opções. “Temos pouco mais de 20 seguradoras atuando em todas as modalidades de seguro transporte. 90% delas são seguradoras internacionais com atuação no Brasil há muitos anos. Todas possuem expertise e experiência com nossa realidade e lastro suficiente para operar neste segmento sensível. Impossível sequer imaginar que o mercado não está bem atendido”, afirma.

Preocupação?
Segundo levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC) feito em 2018, o roubo de carga teve alta de 42% no Brasil nos últimos quatro anos. Os delitos aconteceram principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Estas regiões representam 81% de todas as ocorrências. Outro número que chama a atenção é que o Brasil está na lista dos dez países com maior índice de roubo de cargas, ocupando a sexta posição.

Ainda assim, o sócio-diretor acredita que as empresas se adequaram às necessidades do mercado e têm boa qualidade de serviço. “Em algumas outras modalidades a violência contribuiu, sim, para um aumento de quase 20% na sinistralidade nestes últimos anos. Mas algumas seguradoras demonstraram um desenvolvimento dos negócios bastante salutar, mantendo uma sinistralidade mais comportada do que a média do mercado. Entendo que é questão de modelagem de negócio que permite, ainda que diante de um cenário desafiador, manter margens que façam sentido”, declara.

Por toda sua magnitude, esse tipo de produto exige uma maior atenção na hora de se fechar um contrato, segundo o executivo da Protect. “Geralmente são um seguros com características que inviabilizam uma definição de perfil do segurado e, consequentemente, de precificação online”, diz. Termina dizendo que a análise da operação do embarcador ou do transportador, o nível de gerenciamento do risco e sua formatação, tipo de produtos transportados, origens e destinos, histórico de sinistralidade, entre outros elementos, exigem uma análise muito sofisticada e caso a caso.

2018 positivo
De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o mercado de transportes em 2017 registrou crescimento de 5,8% no comparativo com 2016, somado, o arrecadamento ficou em R$ 2,7 milhões. “Os órgãos reguladores têm contribuído com a implantação de exigências a embarcadores e transportadores que dão mais segurança e garantia dos despachos. Isso isentiva o controle e transparência, que só tendem a fortalecer as garantias para que as seguradoras continuem apostando neste segmento”, diz Freitas sobre as seguradoras.

“Esta realidade contribuiu de forma importante no crescimento do seguro transporte nos últimos anos. É importante dizer que mesmo com fechamento de fábricas e lojas, o seguro transporte resistiu e cresceu mais do que 10% em receita desde 2016. Com a retomada do crescimento, ninguém duvida que este produto continuará demonstrando pujança e crescerá. Espero um aumento de, no mínimo, 10% em 2018”, termina o executivo.

Fonte: Revista Apólice

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