Se existe uma coisa na vida que é difícil, é manter a coerência. Quem nunca esteve diante de situações conflitantes que muitas vezes contrariam nosso pensamento?, de repente, lá estamos diante de um conflito.

 

É mais ou menos assim que devem sentir os Corretores que validam vendas feitas pelos agentes de seguros. Eles são pessoas sem conhecimento técnico, sem registro na Susep, que vendem seguros, e são chamados de “Corretores de pastilha”. Ou seja, uma concorrência desleal com o profissional Corretor de Seguros.

 

Romulo Guimarães Veloso, da Maxvel Seguros, é enfático: “Sou terminantemente contra a venda de Seguros via produtores”. Para ele, o agente ou “Corretor de pastinha” é aquela pessoa que perdeu o emprego e vai vender Seguro. Esse trabalhador não é legalizado, não paga imposto, desconhece o produto e não é registrado em uma corretora. Alguns Corretores contam com a produção do agente. “Os Corretores que trabalham com esses produtores querem legalizar a atuação deles, mas essa função não existe”, diz Veloso.

 

Um dos grandes perigos de contar com a figura do agente é que não há controle sobre o que ele diz ao cliente. Se ele promete algo que não está previsto na apólice e, por qualquer razão do destino, o segurado tem um sinistro e vai recorrer àquela promessa, além da frustração do segurado, o Corretor que validou a apólice pode ser acionado na Justiça.

 

O presidente do Sincor-SC, Auri Berteli, atesta que a figura do agente é ilegal, mas é um assunto delicado. “A responsabilidade fica com o Corretor de Seguros porque é o nome dele que fica na proposta”, confirma. A atitude é um risco grande para o Corretor. Essa é uma prática comum no mercado, mas ilegal porque se o Corretor não fizer um pós-venda para confirmar as informações transmitidas, o Segurado fica exposto e em caso de sinistro, é o Corretor quem vai responder. “Para o Mercado de Seguros esse agente não existe, então o Corretor que aceita essa produção corre um grande risco”, enfatiza Berteli. Ele acrescenta ainda.“ O que parece uma vantagem pode se transformar em um grande problema para quem trabalha com o agente. Além do risco de ser questionado pelo segurado, esse corretor pode, também ser acionado na Justiça trabalhista pelo próprio agente cobrando horas trabalhadas, comissão, registro em carteira etc. etc. Se todos querem a transformação do Mercado Segurador, se todos querem que a cultura do Seguro fecunde no País, é importante que o Corretor de Seguros, um dos elos mais importantes, esteja atento a forma como vai conquistar e manter seus clientes.

 

Fonte: CQCS | Sueli dos Santos

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