Com a aprovação do SuperSimples, a ideia de extinção do Corretor pessoa física entrou em pauta no Mercado Segurador. Neste conceito, devido à redução da carga tributária, os profissionais migrariam para o modelo pessoa jurídica. Na contramão da opinião da maioria das pessoas que acredita nesta possibilidade, o corretor pessoa física Renato Coelho tem uma visão diferente em relação ao assunto. “Pelo que eu vejo, a maioria dos Corretores tem uma arrecadação de 3 a 5 mil reais por mês. Para essa categoria, que está abaixo do faturamento de 6,2 mil mensais, não é benéfico, nem vantajoso se tornar pessoa jurídica. Quem tem renda abaixo desse valor deve continuar como pessoa física”. De acordo com Renato, a questão de custo para abrir e manter uma corretora não é baixo e a solidificação da empresa é demorada.

 

“Para fazer uma corretora girar demora um tempinho. Você acabou de chegar no Mercado e não tem tanta credibilidade. A pessoa precisa estabelecer um ciclo como pessoa jurídica. O custo é pesado para quem está chegando e até para quem está no Mercado e tem uma comissão mensal média de 5 mil reais. Como PJ tem o custo mensal de contador, que normalmente é um salário mínimo por mês – ao invés de dar para a Receita Federal (como PF) vai dar para o contador; e a taxa associativa de contribuição da Fenacor também é mais alta”.

 

Outro ponto importante para ele é a questão da contribuição para a aposentadoria e a avaliação da carteira de clientes de cada profissional.“É muito mais oneroso para uma pessoa que tenha uma produção menor para contribuir com aposentadoria. Além disso, para atender uma empresa de grande porte, com grande volume, é necessário o PJ por conta dos funcionários, da estrutura para atender adequadamente. Já uma pessoa com remuneração anual média de 80 mil não vale a pena ir para jurídica”.

 

Segundo Coelho, o Corretor pessoa física, que atende clientes com perfil de pequeno e médio porte, consegue prestar atendimento diferenciado e personalizado. Em relação ao modelo empreendedor de abrir a própria corretora, ele também diverge do pensamento dos demais. “O espírito empreender do Corretor pessoa física é mais latente do que o pessoa jurídica porque o jurídica senta numa zona de conforto e fica mais tranquilo. A pessoa física não, tem que matar um leão a cada dia. O Corretor pessoa física, que trabalha sozinho, representa um número importante no Mercado. Ao invés de incorporar essa personalidade de luta, de empreendedor, para dentro dessa condição que tem, ele vai para uma plataforma, para ser escravo de uma plataforma”, finaliza o Corretor.

 

Fonte: CQCS

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