Mundo afora, as seguradoras estão cada vez mais usando a tecnologia para recompensar os clientes por hábitos saudáveis. É o que demonstra matéria publicada no site https://www.bloomberg.com que cita o exemplo da John Hancock, uma unidade da Manulife Financial Corp., que recompensa segurados que praticam corridas diárias ou por meditação. Esses clientes podem usar os “pontos” ganhos como moeda de troca para compras na Amazon e em outros sites. Não raro, até economizam dinheiro em prêmios.
A medição dessas práticas é feita por instrumentos como relógios da Apple ou Fitbits (pulseiras que monitoram atividades físicas).
Essas tecnologias cada vez mais são usadas pelas pessoas para acompanhar a sua rotina, registrar informações de saúde e até para competir com amigos e familiares.
Segundo a reportagem, as seguradoras, principalmente as que comercializam seguros de vida, estão de olho nas possibilidades que tais rotinas podem oferecer. “Se os segurados viverem mais tempo, as seguradoras não terão de pagar logo”, observa o vice-presidente de seguros da empresa de consultoria Capgemini, Chad Hersh.
Há a percepção de que, ainda que usar um computador de pulso não faça ninguém viver por mais tempo, os segurados que se inscreverem em um programa desse tipo certamente terão mais preocupação com a saúde, o que se refletirá também nos resultados das companhas de seguros.
Além disso, não há penalidade para pessoas com problemas de saúde. “Mas, clientes saudáveis tendem a ter mais chances de se inscrever”, ressalva Tal Gilbert, diretor executivo da Vitality USA (empresa que trabalhou com John Hancock para criar seu programa).
Por sua vez, o presidente e CEO da John Hancock Insurance, Brooks Tingle, garante que o programa permite à empresa se conectar com seus segurados. “Em vez de enviar apenas uma fatura ocasional ao cliente, estamos interagindo por meio da Vitality 40 vezes por mês”, explica o executivo.
HISTÓRICO.
A reportagem lembra que as seguradoras de vida há muito tempo coletam dados sobre os clientes.
Muitas exigem exames médicos, que dão à seguradora um instantâneo da saúde do segurado no momento em que se inscreverem. Agora, contudo, pode se avançar muito nesse processo com as novas tecnologias.
Em contrapartida, a ideia de obter dados novos e em tempo real estimula questionamentos sobre o quanto a seguradora pode ser invasiva.
Nesse contexto, a diretora executiva da organização sem fins lucrativos World Privacy Forum, Pam Dixon, diz que há a necessidade crescente de diretrizes sobre como as empresas usam as informações de adequação.
Segundo ela, embora o uso de tais informações não seja necessariamente negativo, o fato de o setor de seguros, relativamente cauteloso, estar fazendo isso é “um reflexo vermelho no céu para todos nós que isso está aqui, e está tendo um impacto significativo nossas vidas.”
FONTE: CQCS