Recentemente o presidente da FENACOR Armando Vergilio fez um pronunciamento afirmando que, na visão dele e pela extrema confiança que tem de que é o melhor caminho para a corretagem de seguros, somente dois tipos de profissionais podem ser contrários ao funcionamento da autorreguladora: os que são contrários por desconhecimento da missão da entidade e os que são contrários por atuarem ferindo os princípios éticos da categoria. Tenho também, colegas Corretores e Corretoras de Seguros, a certeza de que é o melhor caminho, o caminho que demonstra maturidade da nossa categoria, o caminho que nos eleva a um outro patamar perante a sociedade, por isso, e pela confiança que tenho na conduta retilínea, ética e proba dos que ora comandam a entidade de autorregulação, é que apoio o IBRACOR.
É normal, é da natureza humana a reticência ao novo. Tudo que é novidade faz aparecer em nosso intimo uma fagulha de insegurança, de incerteza, e é a isso que atribuo algumas poucas resistências. No ambiente democrático em que vivemos, o contraditório, desde que calcado no absoluto respeito às opiniões, servem para enaltecer as proposituras e, baseado nisso quero, democraticamente, explanar o meu ponto de vista sobre algumas questões levantadas pelos descontentes. Resumidamente, o discurso da minoria é de que o ideal é a criação de um Conselho Federal, de que o IBRACOR foi criado somente para arrecadar, de que o presidente não é um Corretor de Seguros e de que a escolha do presidente não atende aos anseios da categoria pela suposta falta de representatividade dos sindicatos o elegem.
O Conselho Federal dos Corretores de Seguros é um sonho antigo , acalentado por muitos e muitos anos, mas basta um breve pesquisa no Google para ver a quantidade de conselhos que estão sendo propostos e, no caso dos Corretores de Seguros, diferentemente das demais categorias, existe uma autarquia federal criada para fiscalizar a profissão que é a SUSEP, o que torna a empreitada ainda mais difícil.
Soa dissonante aos meus ouvidos, a idéia de que a criação do IBRACOR advém de um sentimento simplista de arrecadação. Se somos todos de acordo com a criação de um conselho, e ao ser criado essa entidade necessitaria de recursos mantenedores, que certamente sairiam dos cofres da categoria, não vejo substanciais diferenças que provoquem ojeriza, visto que, obviamente, por ter uma gestão enxuta, o IBRACOR necessita de um custo infinitamente menor de que um conselho para se manter, ou seja, o custo para a categoria é ínfimo.
Sobre o fato do presidente do IBRACOR não ser Corretor de Seguros, acredito que seja essa a objeção com menor grau de sensatez, já que a entidade é auxiliar a atuação da SUSEP para acompanhamento e fiscalização e não uma entidade criada para defender os interesses da categoria, e é até salutar que o ocupante da presidência não faça parte dos nossos quadros.
O importante nesse caso é a conduta do presidente e não de onde se origina. A última objeção é sem sombra de dúvidas uma objeção política para algo que deve ser eminentemente técnico, colocar em dúvida a legitimidade de um sindicato ou de uma federação de indicar o presidente da autorreguladora é o trunfo de quem não consegue, pelo meio democrático, chegar onde deseja. Como todos sabemos, a associação a qualquer sindicato é facultativa, mas mesmo facultativa, as vitórias alcançadas reverberam em toda a categoria, como foi o caso do Supersimples. E mesmo facultativa, cerca de 30% da categoria em todo o Brasil faz parte dos sindicatos estaduais.
Se formos colocar em cheque a eleição de um dirigente sindical eleito por 30% da categoria, também teríamos que colocar em cheque, eleições de prefeitos, governadores, presidentes, em que os votos válidos do eleito, em quase totalidade das vezes é inferior a 35% do eleitorado.
Em suma, o IBRACOR é uma novidade que traz à corretagem de seguros o status de profissão com enorme capacidade de organização, com excelente grau de confiabilidade e as objeções são em sua essência fruto de disputas políticas e não de abordagens técnicas. Portanto, se você, como eu, acredita em uma mercado mais ético, mais organizado, mais fiscalizado, onde os bons profissionais sejam reconhecidos e enaltecidos, diga SIM ao IBRACOR!
Fonte: Érico Melo