A Swiss Re acaba de divulgar o estudo mais esperado do ano: World Insurance in 2014: back to life (Seguro Mundial em 2014: de volta à vida). A indústria global de seguros ganhou força em 2014, embora o ambiente econômico tenha melhorado apenas marginalmente, diz o mais recente estudo sigma da Swiss Re. O total dos prêmios diretos emitidos subiu 3,7% para US$ 4,778 trilhões depois de um período de estagnação no ano anterior.
O Brasil registrou prêmios de US$ 85,4 bilhões em 2014, segundo estudo da Swiss Re, avanço de 3,26%, considerando a inflação ajustada em 5,94%. O valor dá ao país um market share mundial de apenas 1,79% sobre os US$ 4,7 trilhões em receitas registadas no mundo no ano passado. De acordo com o estudo, a penetração de seguros no mercado brasileiro permanece baixa, em 3,9% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, considerando-se todos os negócios. Em vida, o percentual é de 2,1% e em seguros gerais de 1,9%. Em prêmios per capita, o Brasil aparece com US$ 422 no valor total, sendo US$ 222 em vida e US$ 200 em seguros gerais.
O maior mercado segurador do mundo é a Europa, com US$ 1,67 trilhão em vendas, seguido pelos Estados Unidos, com US$ 1,59 trilhão, Ásia com US$ 1,3 trilhão, África com US$ 68 bilhões e Oceania com US$ 100 bilhões. A América Latina e Caribe, considerada dentro de América, registrou receitas de US$ 188 bilhões em 2014, avanço de 4,1%, com 3,4% de participação mundial e 3% de penetração no PIB da região. O consumo per capital da América Latina chegou a US$ 304 no ano passado, de acordo com o estudo.
Os principais pontos do estudo são:
– Os prêmios globais de Vida voltaram ao crescimento real positivo de 4,3% em 2014, acima da média da pré-crise financeira
– Os prêmios globais Não Vida subiram 2,9% em 2014, baseados principalmente na melhoria contínua dos mercados avançados
– A rentabilidade dos seguros de Vida melhorou ligeiramente em 2014, mas os resultados de subscrição dos seguros Não Vida, embora positivos, foram um pouco mais fracos.
– Os prêmios dos seguros de Vida deverão globalmente crescer ainda mais em 2015; o crescimento dos seguros Não Vida nos mercados emergentes será forte, mas nos mercados avançados ele será lento.
Íntegra do comunicado da Swiss Re sobre o estudo:
O desempenho mais forte dos mercados avançados impulsiona o crescimento da indústria de seguros em 2014, afirma o estudo sigma da Swiss Re
• Os prêmios globais de Vida voltaram ao crescimento real positivo de 4,3% em 2014, acima da média da pré-crise financeira
• Os prêmios globais Não Vida subiram 2,9% em 2014, baseados principalmente na melhoria contínua dos mercados avançados
• A rentabilidade dos seguros de Vida melhorou ligeiramente em 2014, mas os resultados de subscrição dos seguros Não Vida, embora positivos, foram um pouco mais fracos.
• Os prêmios dos seguros de Vida deverão globalmente crescer ainda mais em 2015; o crescimento dos seguros Não Vida nos mercados emergentes será forte, mas nos mercados avançados ele será lento.
A indústria global de seguros ganhou força em 2014, embora o ambiente econômico tenha melhorado apenas marginalmente, diz o mais recente estudo sigma da Swiss Re. O total dos prêmios diretos emitidos subiu 3,7% para US$ 4, 778 bilhões depois de um período de estagnação no ano anterior. O setor de seguro de Vida voltou a ter um crescimento positivo, com prêmios de até 4,3%, depois de uma queda de 1,8% em 2013, e o crescimento dos seguros Não Vida aumentou de 2,7% para 2,9%. Uma característica notável na indústria do seguro foi um desempenho significativamente mais acentuado nos mercados avançados.
No setor de seguros de Vida, ocorreram consideráveis variações nos resultados de crescimento das diferentes regiões. Por exemplo, o crescimento muito forte na Oceania e os resultados sólidos na Europa Ocidental e no Japão mais do que compensaram um outro ano de retração na América do Norte. Nos mercados emergentes, os prêmios de Vida cresceram 6,9% em comparação aos 3,9% de 2013.
O aumento foi impulsionado principalmente pela China, onde novos canais de distribuição, tais como vendas on-line e uma recuperação em bancassurance, proporcionaram rendimentos excelentes. Entretanto, em outras regiões emergentes, o crescimento do prêmio desacelerou em geral e até mesmo recuou.
Os prêmios do setor de seguros de Vida nos mercados avançados cresceram 3,8% em 2014, continuando um padrão volátil de crescimento e de retrações desde 2010. “Apesar da aceleração em 2014, os prêmios de Vida nos mercados avançados estão, em geral, quase no mesmo nível anterior à grande queda de volumes de 2008,”, diz Kurt Karl, economista-chefe da Swiss Re. “Em 2014, o ganho em prêmios superou o crescimento econômico, aumentando a penetração do seguro nos mercados avançados, mas os prêmios da pós-crise têm crescido a um ritmo muito mais lento do que antes da crise financeira”.
O crescimento dos prêmios do setor de seguros Não Vida tem melhorado gradativamente desde 2009, mas sua média ainda é inferior aos anos de pré-crise. Nos seguros Não Vida, o ganho em prêmios globais, em 2014, foi também impulsionado por um desempenho substancialmente mais forte nos mercados avançados. Na América do Norte, os prêmios subiram 2,6% desde o ano anterior e, na Europa Ocidental, os prêmios voltaram ao crescimento positivo (+0.6%) após anos de declínio e lentidão.
Este sigma inclui um capítulo especial sobre a estagnação dos prêmios dos seguros Não Vida na Europa Ocidental, desde 2007.
Os prêmios do seguro médico privado têm sido o ponto positivo, continuando a crescer de forma sólida em toda a Europa. Mas o crescimento dos prêmios nos países periféricos do sul particularmente, tem sido muito fraco desde a crise financeira e, por linha de negócio, os sinistros (especialmente de veículos motorizados) foram reduzidos drasticamente. Entretanto, “os últimos sete anos não devem ser considerados como referência para o vindouro desempenho de crescimento nos mercados europeus de seguro Não Vida. O ambiente econômico, embora ainda fraco, provavelmente continuará melhorando, e quando o desemprego vier a cair, os prêmios dos seguros Não Vida, incluindo os dos veículos motorizados, serão recuperados”, observa Daniel Staib, co-autor do relatório.

Nos mercados emergentes, os prêmios dos seguros Não Vida cresceram em sólidos 8,0% em 2014. Os impulsores-chaves foram os ganhos sólidos na China, principalmente nos veículos motorizados, no crédito e garantia, e nas linhas agrícolas; e, na Índia, houve uma melhoria no sentimento de negócios e no crescimento econômico que impulsionaram os prêmios. Tanto nos mercados avançados como nos mercados emergentes, a taxa de crescimento do prêmio médio anual pós-crise ficou aquém do ritmo pré- crise.
Em geral, a rentabilidade do setor de seguros de Vida melhorou ligeiramente em 2014, impulsionada pelos mais fortes mercados de ações, pelo maior crescimento do prêmio e pelos esforços de contenção de custos. Os resultados de subscrição dos seguros Não Vida foram positivos, mas ligeiramente mais fracos do que os de 2013, porque a experiência com sinistros deteriorou um pouco e as contribuições das liberações de reservas do ano anterior diminuíram. Tanto os setores dos seguros de Vida quanto de Não Vida continuaram sofrendo com as baixas taxas de juros e a rentabilidade da indústria em geral permanece abaixo dos níveis de pré-crise.
Espera-se que o crescimento dos prêmios de seguro de Vida permaneça razoavelmente sólido nas regiões avançadas em 2015 e aumente nos mercados emergentes, principalmente na Europa Central e Oriental e na China. É provável que o mercado de seguro de Vida norte-americano melhore junto com o fortalecimento da economia e do mercado de empregos, mas na Europa Oriental, o crescimento do prêmio deverá desacelerar do forte ganho que obteve em 2014. As perspectivas para a indústria de seguro Não Vida nos mercados avançados são mais moderadas. As taxas do prêmio permanecem baixas e embora o crescimento econômico esteja melhorando, ele continua lento. Por outro lado, espera-se que o crescimento do prêmio dos seguros Não Vida permaneça sólido.
Independentemente dos desenvolvimentos positivos do prêmio, espera-se novamente que a rentabilidade da indústria em geral não chegue, em 2015, a alcançar os níveis de pré-crise. Os rendimentos de Investimentos – um componente chave da rentabilidade do setor de seguro de Vida – permanecerão sob pressão devido ao ambiente de baixa taxa de juros. É improvável que a rentabilidade dos seguradores de vida melhore sensivelmente a curto prazo, pois o peso dos baixos rendimentos e das contínuas mudanças regulamentares deverão continuar. O mesmo é verdadeiro nos seguros Não Vida, no qual os resultados mais fracos de subscrição – devido às taxas fixas ou até taxas mais baixas e a uma menor contribuição de liberações de reservas – também terão o seu peso sobre os ganhos.
Fonte: Sonho Seguro