Bem vindo a um novo mundo da Internet das Coisas (IoT) e Tecnologias Móvel & Vestível (ou “wearable”)! Nesse novo mundo de “alta conectividade” e “coisas”, o mercado de Seguros vai sofrer uma grande transformação nos próximos anos (ver Property and Casualty Insurance Re-imagined: 2025, Delloitte, 2015; The Internet of Things: Opportunity for Insurers, AT Kearney, 2014); e Re-Imagining Insurance in the Connected Era of Internet-of-Things, Tata Consultancy Services, 2015 [Download sob registro grátis].

A habilidade de trazer a conexão de Internet para próximo de quase todo tipo de dispositivo do consumidor terá enormes implicações para a indústria de Seguros ao longo dos próximos cinco anos. As seguradoras interessadas em cortar custos, melhorar as práticas do negócio, ofertar novos serviços e avaliar melhor os níveis de risco dos clientes, cada vez mais vão investir em IoT.

Automóvel

Algumas seguradoras de automóveis e de saúde já estão oferecendo um novo tipo de seguro – seguro baseado no uso (ou UBI = “usage based insurance”) que utiliza os dispositivos da IoT para controlar a atividade dos clientes e oferecer descontos ou recompensas por comportamento seguro e saudável. Existe uma expectativa de mercado que 17 milhões de pessoas terão tentado um seguro de automóvel tipo UBI no final de 2015.

A Telefónica já tem investido nesse nicho em parceria com seguradoras de automóveis (ver Telefónica strikes first M2M insurance telematics deal in Germany, M2M Telefónica, 15.nov.2013). Uma outra operadora de telefonia móvel de grande porte que está apostando na modalidade UBI para a sua oferta de seguros de automóveis é a “gigante” Vodafone alemã (ver Vodafone Telematics Usage Based Insurance).

O seguro automóvel também vai se revolucionar e se tornará mais “customizado”. Algumas seguradoras de veículos já utilizam “caixas pretas” instaladas nos automóveis para controlar a velocidade dos motoristas, os freios e a quilometragem com o objetivo de ajudar a definir os prêmios de seguro para aqueles motoristas dispostos a esse teste.

A absorção dos motoristas a esse procedimento ainda é limitada e apenas 10% tem um sistema “telemático” instalado no seu carro, mas posso garantir: essa tendência vai vingar. Lembre-se também que pelo fato do carro do futuro ser conectado (ver “Carro Conectado”: Você ainda vai ter o seu!, Convergência Digital, 13.mar.2014 e The Connected Car Will Be Commonplace Before 2025, WT Vox, 20.jan.2015), as seguradoras de veículos vão poder acessar uma diversidade de informações dos veículos – desde que com a autorização dos proprietários. Com o carro conectado, “nada será como antes no segmento de seguro de veículos”.

Algumas seguradoras já estão lançando produtos desse tipo,os quais irão gravar os dados de condução mais detalhados do veículo, como o número de viagens realizadas, a hora do dia que o carro é usado e comportamento dos condutores. Elas afirmam que dentro de 10 anos todos os motoristas serão obrigados a ter tecnologia de rastreamento nos carros.

Isso significa que, se você tomar uma rota perigosa ou dirigir através de um local assinalado com “acidente”, por exemplo, os seus prêmios de seguros poderiam imediatamente ser aumentados. Muita coisa vai mudar nesse segmento nos próximos anos! (ver Internet of Things holds promise for car insurance, The Star, 16.feb.2015).

Saúde

Uma outra área a sofrer grande transformação é a área de seguro de Saúde. As seguradoras de saúde estão fornecendo rastreadores de “aptidão física” (“fitness) e ofertando prêmios menores ou outros benefícios, para os seus beneficiários que têm meta diária de exercícios físicos. O setor também está apostando em “apps” (ver What are the 5 main economic advantages afforded to Health Insurance Companies by mHealth apps?, Mobile Health Economics, July 2015 e How insurers are turning to fitness apps to decide your health coverage, The Globe and Mail, 19.dec.2013).

Os avanços tecnológicos nos “rastreamentos da saúde” (ou “healthcare screening”) vão transformar a nossa forma de comprar seguro. O seguro de saúde poderia ser substituído por uma “garantia” (ou “assurance”) de saúde, por isso, em vez de segurar o indivíduo contra uma ampla gama de possíveis doenças, os “rastreamentos” irão detectar os problemas de saúde precisos que serão susceptíveis de enfrentar. Então, o proponente do seguro comprará a cobertura para esses resultados. Mas muita “água ainda vai rolar debaixo dessa ponte” até os reguladores de saúde aceitarem essa realidade! (ver Internet of Things: A game changer for insurance, SAS, 09.jan.2015).

Os olhos de uma pessoa podem fornecer uma enorme quantidade de informações sobre a sua saúde em geral. As doenças como a diabetes pode ser detetadas através de exames oculares anos antes de se desenvolverem plenamente. Estamos caminhando para um mundo onde os óculos poderão realizar uma varredura diária nos olhos de uma pessoa e mensurar a sua saúde (ver Google References em “Eye scan to identify diseases”).

O Google tem uma tecnologia própria para identificar doenças através da íris (ver Google has a tecnology os Smart Lens to Identify Diseases). Nesse cenário, poderemos utilizar a tecnologia “wearable” para rastrear a saúde das pessoas. Isso poderá ser de grande valia para “muitas coisas”. Preste atenção nisso. Aqui tem muito dinheiro! (ver Tecnologia “Vestível”: A revolução da Internet das coisas na Saúde, Convergência Digital, 05.nov.2014).

Casa e Propriedade

O setor de Seguro Residencial também vai sofrer transformações com a IoT no segmento de “Casa Inteligente” (ver Casa Inteligente: Um grande “filão” de negócio em Internet das Coisas, Convergência Digital, 06.out.2014). A Internet das Coisas já está ajudando as seguradoras a reduzir riscos e mitigar custos os no setor de seguro residencial. A USAA (United Services Automobile Association) patenteou um dispositivo registrador de dados que rastreia a temperatura, a umidade, velocidade do vento e vibrações mecânicas que podem ter impacto nas condições da casa (ver Battle Lines Drawn on Insurance Data Use, Insurance & Technology, 15.jan.2013).

O segmento de seguro também está utilizando a tecnologia de “analytics” (big data) para prever os eventos futuros como condições/padrões de tempo. Isso pode ajudar as seguradoras com melhores políticas de preços e, também, preparar os clientes para incidentes futuros, o que poderia ajudar a reduzir os prejuízos (ver Google References on analytics predict future events weather patterns insurance).

As companhias seguradoras de propriedades estão aumentando a utilização de drones para avaliar prejuízos depois que um acidente tenha ocorrido. A empresa de consultoria americana Cognizant estima que os drones tornem os fluxos de trabalhos dos “avaliadores” de seguros de 40 a 50% mais eficientes (ver Drones: Four Ways Insurance Might Benefit, Cognizant).

Como vimos, a Internet das Coisas (IoT) vai provocar grandes transformações no segmento de Seguros em função da “nova” conectividade das “Coisas” … ver mais aqui como a IoT pode impactar a sua vida: Saiba como a Internet das Coisas vai impactar a sua vida, Convergência Digital, 27.ago.2015 e aqui sobre as tendências atuais sobre o mercado de IoT: 9 New Predictions And Market Assessments For The Internet Of Things (IoT), Forbes Magazine, 30.jul.2015.

Fonte: Convergência Digital

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