“O volume de vendas de carros zero km tende a se aproximar do que vendíamos há 12 anos, em 2004. É um retrocesso enorme que afeta a venda de seguros para este segmento”. A afirmação foi feita pelo diretor de Massificados e Automóvel da HDI Seguros, Fabio Leme, em entrevista exclusiva ao CQCS, na qual ele classificou o momento atual como desafiador.
Fabio Leme lembrou que o mercado tem decrescido em prêmios quase 4% em 2016, quando comparado ao ano anterior. Esse desempenho é diretamente influenciado pela queda relevante de vendas de veículos zero km, que despencou 26% em 2015 e deve cair mais 19% este ano, pela estimativa da Anfavea.
Além disso, também está havendo uma contração das vendas de veículos seminovos, afetadas pelas incertezas dos ambientes econômico e politico. “As pessoas estão deixando para trocar de carro mais tarde”, comentou.
Ele adverte que esse quadro de dificuldade nas vendas de seguros para automóveis se agrava com o aumento sensível dos índices de roubo em todo o Brasil, afetando diretamente os resultados das seguradoras e consequentemente o preço dos seguros. “2016 será um ano que não deve deixar os operadores de seguros de automóveis com muita saudade”, frisou.
Ainda assim, o diretor da HDI acredita que há muitas oportunidades esperando pelo mercado. Na visão de Fabio Leme, isso é o que diferencia o mercado de seguros de outros segmentos. “A penetração de seguros ainda pode crescer, existem ainda milhões de carros em circulação no País que não possuem as coberturas e benefícios securitários. O desafio de desenvolvermos produtos mais adaptáveis a diferentes realidades e segmentos de risco também existe, e o mercado está se movimentando neste sentido”, salientou, acrescentando que a oportunidade de vendas de outros ramos de seguros, como por exemplo, o residencial, é algo que neste momento se mostra uma enorme oportunidade.
O executivo destacou que o mercado vivencia um dos anos mais desafiadores das últimas décadas, mas ressaltou que as oportunidades são imensas. Isso porque os consumidores estão mais críticos, porém ávidos por serem bem aconselhados, desejando preservar as suas conquistas patrimoniais e garantir a proteção de seus familiares, sendo os produtos de seguros exatamente o que essas pessoas precisam.
Nesse contexto, ele aconselha o corretor de seguros a estar próximo de seus clientes, escutá-los e falar com eles, seja por telefone, pessoalmente ou por meio de redes sociais, como o WhatsApp. Assim, ao tentar realizar a venda ou renovação do seguro, o corretor aumenta as suas chances de conversão em negócios e cross-selling. “O consumidor vai sempre tentar fazer um bom negócio, com um bom custo-beneficio de acordo com suas necessidades”, argumentou Leme.
Ele acentuou também que a HDI tem feito “a lição de casa” de forma disciplinada e inovadora desde o segundo semestre de 2015.
Nesse período, foram lançados o “Mais Negócios”, o “Frota Digital” e o “HDI em Casa”, que colocaram a seguradora em outro patamar de atuação, proporcionando ganhos de market share tanto no segmento de seguros de automóveis como no de residências. “Enquanto o mercado decresce neste ano, a HDI ganha participação em ambos os segmentos. A nossa inovação através da tecnologia também tem deixado muitos corretores e consumidores satisfeitos – o nosso APP, no qual o próprio segurado pode fazer sua vistoria de constatação em um sinistro de automóvel, vem apresentando resultados fantásticos e sendo percebido pelos corretores e consumidores como uma inovação formidável”, afirmou.
Fonte: CQCS