Tudo começa com alguém que já tem conhecimento técnico que passa a vender seguros. Porém, na hora de fechar uma apólice, aluga o registro Susep de um Corretor de Seguros. Essa prática é considerada ilegal, porque esse vendedor não possui habilitação legal junto a Escola Nacional de Seguros.
Para Arnuss Junior, Corretor da Consulte Seguros, o problema ainda vai além. “Existem muitos Corretores que tiram a Susep e simplesmente a alugam e não trabalham na área. O seguro foi fechado por uma pessoa que até entende de seguros, mas que não possui o registro da Superintendência de Seguros Privados.” Esse vendedor atua como Corretor de Seguros, ou seja, tendo contato com o cliente por qualquer meio. “Essa é uma prática ilegal, porque, se não é preposto, já é uma ilegalidade. Qualquer funcionário de corretora tem que ser preposto, deve ter vínculo com algum Corretor de Seguros com Susep.”
É claro que existe uma grande diferença entre preposto e esse vendedor de seguros. “O preposto tem vínculo legal com o Corretor, porque qualquer Corretor pode ter preposto para ampliar sua carteira. São pessoas que fazem o curso na Funenseg e adquirem o número da Susep, porém não podem ser responsabilizados como Corretor.”
Esse problema sempre existiu, mas agora ficou escancarado com um caso exposto na rede social Linkedin. “Apareceu uma pessoa dizendo que é sócio de uma corretora, mas queria alugar uma Susep. E depois disso, começaram a aparecer outros dizendo que também alugam seu registro da Susep.”
Arnuss Junior diz que quer ampliar essa discussão, porque esse problema já acontecia no Mercado, porém não era exposto da forma como aconteceu essa semana. “Estou alertando o que todo mundo sabe que acontece, mas agora está sendo feita abertamente em mídias sociais e daqui a pouco todos pensarão que isso é normal.”
Apesar da maioria dos comentários na rede social ter sido contra a ação, Arnuss ressalta que essa prática é comum e a maior parte dos Corretores de Seguros faz vista grossa. “Ele pensa que, se o banco faz isso, eu também posso fazer. Esse é um problema que sempre aconteceu e é de conhecimento de todos.”
Arnuss acredita que, em curto prazo, não há nada que possa ser feito para inibir essa prática ilegal. “Pois é algo cultural. O brasileiro quer sempre levar vantagem em tudo, fazendo com que a coisa errada pareça estar correta.”
Ele enfatiza que é preciso que o Corretor de Seguros denuncie essa ação. “A única forma de resolver isso, seria uma ação mais rápida da Susep, mas algo que também inibe as denúncias é a burocracia da autarquia para realizar uma reclamação. O problema só poderá ser solucionado se for denunciado, se todos os Corretores denunciassem, esse problema já teria sido resolvido, mas infelizmente a maioria tem algum envolvimento,” finaliza.
Fonte: CQCS | Tany Souza