Economista, mestre, doutor em administração e Ph.D in Business pela Field of Finance, Samy Dana comenta cenário pouco otimista para os brasileiros, mas acredita que a situação do País trará oportunidade para o mercado de seguros, com incentivo a novos nichos

 

JCS: O Fundo Monetário Internacional divulgou uma expectativa bastante negativa para o Brasil, com previsão de crescimento econômico de apenas 0,3% em 2015. Como isso deve afetar as oportunidades no mercado de seguros?

 

Samy Dana: A crise econômica e hídrica vai afetar a todos. É claro que não vai estimular a venda do seguro de automóveis, mas acredito que abrirá oportunidades para novos nichos. As pessoas terão menos dinheiro com a economia crescendo pouco e as empresas sofrerão impactos no custo de produção.

 

JCS: E tem como se resguardar?

 

SD: É complicado prever situações, porque, realmente, será um ano difícil. E não é para um setor ou outro, mas para todo mundo.

 

JCS: No livro “10x sem juros” você desestimula o uso do crédito para obtenção de produtos ou serviços. Com o cenário que temos do País, o corretor deve olhar o parcelamento com ressalvas?

 

SD: Para comprar não é necessário ter renda alta, mas se programar para que, ao invés de fazer várias parcelas com juros, planejar e antecipar o consumo. E fazer esse controle sozinho é muito fácil. Hoje, temos milhares de aplicativos e planilhas para ajudar o corretor a comprar com os pés no chão. A primeira coisa que indico é ter a contabilidade do crédito. Se o corretor achar em outro banco ou financeira um crédito mais barato, pode migrar e tentar negociar. Sempre fazendo o mínimo de dívidas possível.

 

JCS: Durante as aulas que ministra Fundação Getulio Vargas, você costuma utilizar o artifício da música, tocando um piano. Como a combinação “conhecimento e artes” pode ajudar no ambiente corporativo?

 

SD: Sou professor de carreira na Fundação e esse curso que ministro estimula a criatividade. E é importante criar. Não acredito que somente as pessoas que fazem administração terão sucesso. Vários casos exigem que apliquemos novas ideias, pensando um pouco fora da caixa. E a arte tem muito a ensinar, já que a vida do artista é, basicamente, criar. Acredito que entender o processo de criação para desenvolver novos produtos e serviços, trazendo novas fórmulas de negócios, é necessário.

 

JCS: E como o corretor pode se desafiar a esse ponto?

 

SD: Não acho que ele tenha que criar uma música, mas estar acostumado a pensar fora do seu mundo é crucial. É como em uma academia, não fazemos levantamento de peso ou esteira para atuar na área, mas para estar mais saudável e ter mais disposição. É mais uma maneira para treinarmos nossa mente.

 

JCS: Sua carreira caminhou por diversos níveis acadêmicos nas áreas de economia e negócios. O que levou a entrar no mundo jornalístico?

 

SD: O Brasil é um País que tem poucos jornalistas com formação sólida em economia, o que, muitas vezes, produz divulgações com pouca profundidade, com a dependência de terceiros, permitindo erros e informações imprecisas por falta de conhecimento. Nesse sentido, comecei a me dedicar e foi quando passei a trabalhar também em veículos de imprensa, iniciando no UOL, depois Folha de S. Paulo, Você S/A, GloboNews e, mais recentemente, assumi a posição de comentarista no Hora Um, jornal da Globo que passa às cinco horas da manhã, e na Rádio Globo. Procuro traduzir, mostrando como uma medida do governo pode impactar na vida das pessoas, trazendo dicas.

 

Fonte: Sincor-SP

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