Apenas 8% dos brasileiros se preocupam com os benefícios do seguro automotivo e não levam em consideração o preço do produto contratado. Segundo a pesquisa divulgada na semana passada pela corretora on-line EscolherSeguro, as famílias observam mais o preço da apólice do que as características que mais se adequam às suas necessidades.
De acordo com a empresa, o custo-benefício é o motivo mais recorrente entre as pessoas e correspondeu a 49,5% das respostas. Em segundo lugar ficou a reputação da seguradora, com 22,6% das opções, seguido pelo conjunto de serviços prestados, com 15,4%, proteções mais adequadas, com 8,6%, e indicações dos familiares, com 3,9%.
Para Pieter Lekkerkerk, CEO da EscolherSeguro, apesar dos clientes levarem em conta a reputação das seguradoras, esse não é o fator principal para tomada da decisão. “Realmente já suspeitávamos que o custo-benefício fosse mais importante para as pessoas”, afirmou.
“Mesmo que o número de pessoas que escolhem o seguro analisando mais suas necessidades que o preço seja pequeno, percebemos que 49,5% entende que o mais barato nem sempre é o melhor. Ou seja, metade dos entrevistados analisam as principais características das apólices”, explica Lekkerkerk.
Ainda de acordo com os dados, 52,7% dos consumidores afirmaram ter conhecimentos básicos sobre o mercado, 24,3% aprendizado intermediário, 13,5% não possuem nenhuma noção e 9,3% possuem dados mais profundos.
“A população em geral não tem informações sobre seguro, tendo em vista que a maioria das escolas no País não possui aulas de educação financeira. Com essa limitação, também prevíamos que a maioria saberia apenas o básico”, ressalta o CEO.
Segundo Nicholas Weiser, sócio e diretor da VIS Corretora, a cultura do seguro ainda é muito fraca no Brasil e isso influencia na escolha. “A população brasileira ainda tem um déficit de informação sobre o mercado de seguros, então ela acaba escolhendo pelo que conhece, que é o preço”, afirma Weiser.
Para ele, na hora de escolher uma corretora é importante que o cliente observe se tem assessoria. “É dever do consultor explicar para o consumidor como adequar a apólice em seu dia a dia”, ressalta o diretor da VIS.
“Um exemplo é o caso de quem frequenta determinados locais que têm estacionamentos parceiros de algumas seguradoras. Tem uma rede de shopping center que oferece 30% de desconto para quem possui o seguro X. Se a pessoa vai toda semana ao local, é importante que faça as contas de quanto isso abate do valor da parcela”, diz.
De acordo com ele, esse é um dos fatores que se perdeuna bancarização dos seguros. “Hoje em dia é comum que bancos ofereçam esse produto, porque possuem muitos clientes interessados. Mas, um gerente é especialista em poupança e finanças e não no mercado de apólice”, explica Weiser.
Para o empresário, o que o cliente tem que entender é que todo o risco que corre com o seu carro ou seu lar deve ser passado para a asseguradora. Por isso, é importante tomar cuidado na hora da escolha.
“É comum as pessoas dizerem que seguro não serve para nada porque quando precisa não funciona, mas isso só ocorre se a apólice não for escolhida levando em consideração as peculiaridades do dia a dia de cada um”, afirma o diretor da VIS.
Segundo Weiser, a consultoria ajuda também a fidelizar o cliente. “Quando você educa as pessoas retornam exatamente porque se sentiram beneficiadas com a decisão que tomaram”, diz.
“Mesmo que a maior parte das pessoas possua apenas um conhecimento básico, é possível que isso melhore, pois hoje em dia o acesso à internet e a dados possibilita a pesquisa na hora de contratar um seguro. Mas, é importante que não se deixe para última hora”, afirma o CEO.
Além dos principais motivos que o brasileiro utiliza na hora de adquirir uma apólice, a pesquisa também revelou que os serviços mais procurados na hora de contratar uma seguradora são: o atendimento 24 horas, com 21,2% dos clientes, inclusão de seguro residencial e vida, com 3%, e a lista de oficinas credenciadas, com 2,3% das respostas.
“Além dessas opções é importante que o assegurado veja a indenização por roubo e o limite de danos a terceiros, porque no Brasil o preço do veículo é muito alto e se o seguro não cobrir o valor integral ou pelo menos a maior parte, quem vai arcar com os custos é o cliente”, conclui Weiser.
Fonte: CQCS