Era digital e atual cenário brasileiro de crescente violência ditam o momento do setor

Crise econômica, inovação e tecnologia, migração para as plataformas digitais, desorganização da área administrativa das seguradoras, produtos versus necessidades, entre outros. São muitos os desafios que dificultam a estabilidade do setor de seguros, principalmente em relação à adaptação dos produtos à nova realidade do mercado, essencialmente por conta do aumento acelerado da violência em todo o país. Estamos num momento de reinvenção do setor. A afirmação é de Henrique Brandão, presidente do Sindicato dos Corretores do Rio de Janeiro – Sincor-RJ, que promoverá no final desse mês, a terceira edição do Debate Lagos, reunindo mais de 100 corretores de toda a região litorânea do Rio de Janeiro.

Com o tema “Transforme problemas em oportunidades”, os principais players do setor apresentarão durante o evento, no dia 25 de maio, em Cabo Frio (RJ), propostas, sugestões e medidas que as seguradoras estão adotando para se adequar ao novo contexto. “As novas tecnologias impactaram todos os setores da sociedade. Mas no nosso segmento, além delas, há um agravante que é o ambiente externo, ou seja, a crise da segurança pública no estado que interfere diretamente nas nossas atividades. Precisamos nos reinventar para seguir em frente”, afirma Brandão.

De acordo com o presidente, as apresentações abordarão desde o cenário de rápida evolução tecnológica e o que as seguradoras têm apresentado aos clientes com sucesso até novos produtos que precisam se aprimorar ou serem criados para manter a competitividade. “Discutiremos temas conjunturais da profissão e promoveremos a troca de ideias e experiências, pois é hora de nos unirmos. Cada vez mais precisamos de cursos e conhecimentos para estar mais qualificados e preparados para oferecer soluções e segurança ao cliente”, disse.

Cooperativas e o prejuízo à imagem

Brandão lembra ainda que outros assuntos serão tratados, como as demandas regulatórias crescentes, a constante busca pela eficiência, o papel dos corretores de seguros e, especialmente, o crescimento de cooperativas, que representam, hoje, a vulgarização do setor. “Estamos diante de um quadro de banalização da profissão, o que é preocupante. Como trabalhamos com risco, este formato é muito mais propenso a oferecer problema futuro ao cliente, pois não têm uma retaguarda para o crescente volume de sinistros”, completa Brandão, acrescentando que as vítimas, em busca de preço, param em empresas não regulamentadas no mercado segurador.

Ele lembra que a Susep recebe denúncias de consumidores que contrataram proteção veicular e achavam se tratar de seguro. No âmbito da Procuradoria Federal junto à Susep há cerca 200 ações civis públicas, nas quais a entidade é a autora principal, mas há também outras movidas pelo Ministério Público Federal (MPF). “Os consumidores precisam ter cuidado antes de contratar qualquer produto de seguro. O ideal é pesquisar a empresa se certificando se ela é autorizada pela Susep. Há muito picareta na praça e os preços baixos é o indício de que algo está errado”, diz Brandão, lamentando o fato de que imagem do profissional corretor é que sofre, ou seja, o justo paga pelo pecador.

O presidente será um dos palestrantes, além de Nilton Molina, presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon Seguros e Previdência S/A. As inscrições são gratuitas sendo feitas pelo site www.debatelagos.com.br

SERVIÇO
Evento: III Debate Lagos
Data: 25/05
Horário: 8h às 18h
Local: Matiz Oasis Hotel, Cabo Frio (RJ)

Fonte: Gabriela Coelho / Imagem: freeimages.com

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