Matéria veiculada ao Valor Econômico nesta terça-feira (28), informa que o mercado de seguros espera um grande aumento de demanda após a aprovação do marco legal, que prevê investimentos de R$ 700 bilhões até 2033 para estender o acesso à água potável e esgoto tratado para a população.

De acordo com o Valor, um estudo feito pela consultoria GO Associados indica que os investimentos anuais em saneamento subam para R$ 55 bilhões e, consequentemente, a importância segurada saltaria para R$ 70 bilhões, até 2033, só no seguro garantia performance. Desse total, geralmente 5% ficam para a seguradora e o restante é repassado para as resseguradoras.

O presidente da BMG Seguros, Jorge Sant’Anna, informou ao Valor que: “Podemos ter possível falta de capacidade internacional a partir de 2022 para suportar os projetos”. Alguns aspectos tornam esse desafio ainda maior, uma vez que as resseguradoras podem ter na memória os anos de Lava-Jato e o abandono de obras.

João Géo Neto, presidente da Pottencial Seguradora, companhia especializada em seguro garantia, afirmou ao Valor que o mercado possui capacidade para aceitar os produtos. Entretanto, de acordo com o executivo, algumas seguradoras “novatas” podem enfrentar desafios em repassar os riscos aos resseguradores. “É uma boa novidade para todo mundo, por isso é preciso estruturar bem a subscrição de riscos”.

Historicamente, o setor de saneamento não costuma ser muito ativo na contratação de seguros, já que é dominado por empresas estaduais que dependem de licitações para a aquisição das apólices. No entanto, o novo cenário abre caminho para o investimento privado.

“Haverá ampliação de clientes privados para as seguradoras em saneamento”, diz André Dabus, diretor para a área de infraestrutura da corretora Marsh. De acordo com o que o executivo pontuou ao Valor, existem cerca de 30 seguradoras com “apetite” para o saneamento, no país. São 30 as que atuam com seguro garantia especificamente, mas acabam preferindo outros setores, como energia e rodovias

Para as obras, estão previstos seguros para risco de engenharia, de equipamentos, automóveis e das pessoas envolvidas. No caso do seguro garantia performance, o setor defende mudanças em regras que hoje afastam resseguradores. Geralmente, a empresa assina com a seguradora um contrato de contragarantia. Assim, se houver sinistro, a seguradora indeniza o poder público, mas pode cobrar a empresa. Essa cobrança, porém, precisa ser feita com autorização de juiz, o que pode demorar cinco anos, ao contrário de outros títulos de garantia.

Fonte: CQCS

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