Igor Mascarenhas, Lucas Prado e Rafael Oliveira são os fundadores da Pier, que afirma já ter reembolsado clientes em 5 minutos

Lucas Prado, 30, e Igor Mascarenhas, 33, se conheceram no vestibular de 2006. Desde então, eles passaram de desconhecidos a sócios. Hoje, com o reforço de Rafael Oliveira, 32, são os empreendedores por trás da Pier. A startup, aberta mais de dez anos depois do primeiro encontro, é uma seguradora para celular 100% digital com mais de 5,5 mil segurados.

Depois de fazer a prova, meses depois, os dois se encontraram no primeiro dia de aula do curso de engenharia mecânica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Eu jamais imaginei que nos encontraríamos novamente”, diz Prado.

Na faculdade, os dois viraram amigos. Conheceram também Oliveira, colega de Mascarenhas em uma das empresas juniores da Unicamp.

Depois que saíram da faculdade, os empreendedores foram para o mercado de trabalho e atuaram em companhias de diversos setores. Foi só em 2016 que o trio percebeu que havia uma oportunidade no mercado de seguros. “As seguradoras nasceram para ajudar as pessoas, mas ninguém gosta delas”, diz Prado. “Nós queríamos mudar essa relação”.

Com isso em mente, os sócios começaram a desenvolver o projeto da Pier. Sem capital, os três fizeram uma rodada de investimentos que permitiu que a empresa desse os primeiros passos. Passaram o ano de 2017 construindo o produto e entendendo a legislação.

Em janeiro de 2018, a empresa foi aberta, ainda como um projeto piloto. “Convidamos várias pessoas para testar a plataforma”, diz o empreendedor. No final do mesmo ano, a Pier começou a vender os seguros.

Hoje, a Pier atende cerca de 5,5 mil clientes e tem mais de 15 mil pessoas em uma “fila de espera”, interessadas em usar o serviço da startup.

Os valores dos seguros para cobertura total do aparelho vão de R$ 8,60 e R$ 132,90 mensais, variando de acordo com o preço do celular. Existem planos também para cobertura de 80% do valor do aparelho.

No momento, a startup atende apenas celulares da Apple e alguns modelos da Samsung. Com o crescimento da base de usuários, segundo Prado, a Pier espera ampliar o número de aparelhos que podem ter apólices da empresa. “Quanto mais pessoas conhecem o serviço, mais aparelhos conseguiremos segurar.”

Até o fim do ano, a Pier espera atingir 40 mil membros.

Comunidade

Para mudar a relação entre seguradoras e segurados, a Pier desenvolveu um modelo de negócio baseado no conceito de comunidade. “O seguro surgiu como uma forma de todo mundo ajudar todo mundo, mas ele perdeu esse papel”, diz Prado.

Por isso, cada solicitação para entrar na seguradora é avaliada pela comunidade, de acordo com o empreendedor.

Além disso, caso a startup tenha mais dinheiro do que o necessário para pagar todos os segurados, a mensalidade cai, promete Prado. “Isso faz com que as pessoas entendam o conceito de comunidade.”

A empresa trabalha também com contratos mensais, sem carência e com furtos simples, quando não são encontrados vestígios do aparelho. “A maioria das seguradoras só cobrem furto qualificado ou roubo, mas 9 de cada 10 ocorrências são furtos simples”. O seguro da Pier cobre até aparelhos sem a nota fiscal e usados.

Por conta desse modelo de negócio, a empresa afirma que já pagou reembolsos em até cinco minutos. “Dinheiro rápido é uma das nossas propostas de valor, porque queremos oferecer um produto mais descomplicado e transparente”, diz Prado.

Escrito ou enviado por: Barbara Bastos / revistapegn.globo

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